Queridos leitores, conforme prometi no último artigo, "Valide a sua história" vou dividir com vocês uma parte da minha história, que intitulei "Maternidade: A luz da minha vida."
Tive a oportunidade de receber dois presentes nesta vida: Luiz Felipe e Thiago, meus dois filhos amados. Foi a partir de suas gestações que se acendeu um caminho de luz em minha vida.
A chegada do Luis Felipe aconteceu aos meus 19 anos, e a notícia da gravidez trouxe-me a alegria de realizar o sonho de ser mãe. A gravidez transcorreu normalmente até o oitavo mês, quando passei por uma experiência muito traumática. Minhas pernas começaram a inchar e fui ao médico, que identificou que minha pressão estava alta, e me mandou ir ao laboratório para realizar um ultrassom. No táxi tive a primeira muitas convulsões. Já no hospital elas se repetiram ao longo de 17 horas, até que os médicos conseguiram estabilizar a minha pressão e fui submetida a uma cesariana de emergência para salvar a minha vida e a do meu filho.
Luiz Felipe nasceu, mas ficou aqui conosco por apenas dois dias. O seu pulmão não estava totalmente formado e ele ficou respirando através de uma máquina na incubadora. Nós dois tivemos a oportunidade única e mágica de apenas um contato. Quando eu o toquei com a minha mão, ele rapidamente segurou o meu dedo indicador, e pudemos trocar esta energia de amor. A sua partida despedaçou meu coração tão jovem.
Como a vida é generosa nas experiências do amor, engravidei novamente. Thiago, meu segundo filho, chegou dezoito meses depois e me trouxe muita felicidade. Apesar do trauma da primeira gravidez, a alegria tomou conta do meu coração. Foi um presente ser mãe novamente e conviver com meu filho, desde a gestação e durante o período de um ano e oito meses, em que ele esteve conosco. O desafio bateu à minha porta mais uma vez, devastando o meu coração com a partida de Thiago, que se afogou na piscina de casa.
Sentia-me apenas respirando, e fui tomada por um vazio assustador que me fazia sentir desconectada do meu corpo. Graças à chegada da minha mãe em minha casa, pude sentir novamente o cordão luminoso da vida, através do seu amor. Inspirada, minha mãe psicografou uma mensagem para mim, e uma frase especialmente se tornou meu norteador dali para frente: “Esta experiência é para despertar o seu coração generoso”. Senti no fundo da minha alma o propósito para continuar nesta vida, iniciando através do “limbo emocional" do luto, a busca para investir no despertar do meu coração.
Ter nascido em uma família espírita foi uma das ferramentas que colaboraram para ampliar a minha visão sobre a vida. Logo cedo fui exposta às experiências, que naturalizaram para mim a vida do espírito. Desde criança, a minha avó se comunicava com seus amigos espirituais, que nos davam passes e nos orientavam. Ela nos contava histórias das cirurgias espirituais, das quais ela participava, e dividia conosco, o seu conhecimento sobre os livros espíritas. Desta forma, quando recebi a psicografia pude reconhecer com facilidade os amigos espirituais buscando me ajudar naquele momento.
Foi interessante a experiência de desconexão da alma ao corpo, e ao mesmo tempo, o automatismo do corpo que me acordava no dia seguinte avisando que havia vida. Na semana seguinte, eu fiz uma descoberta importante que veio me ensinar como eu colocaria em prática este "despertar", que era sobre o poder da mente. Senti um caroço no seio e pensei: “deve ser câncer”, e isso me deu uma sensação de misericórdia, um certo alívio ao pensar que eu também seria levada para o plano espiritual. Passei alguns dias assim, até que percebi que a minha mente estava criando uma realidade para tentar não precisar enfrentar a dor que eu sentia. Neste momento, percebi a força da mente e aprendi que devemos ficar atentos, pois temos o poder de criar ilusões que podem se tornar realidade.
Após esta experiência senti uma nova direção se desenhando dentro de mim. Porém, ainda havia a questão: com que força eu navegaria nesta jornada? Foi quando eu descobri, que A MATERNIDADE É A LUZ DA MINHA VIDA, e a força vinha do amor que eu sinto pelos meus filhos e que eles sentem por mim.
No próximo artigo "Meu Aprendizado" contarei para vocês sobre os passos e as ferramentas que venho desenvolvendo durante a Minha História.
Rosana De Rosa, formada em psicologia, reside na Florida/USA, cofundadora do Projeto Acolher Perdas e Luto, uma organização sem fins lucrativos, que visa acolher as pessoas online, que estão vivenciando a partida do seu ente querido. Para ser acolhido ou voluntário, inscreva-se no site www.projetoacolherperdaseluto.com.br e visite nossas redes sociais @projetoacolherperdaseluto. Se desejar fazer alguma pergunta ou comentário sobre os artigos escreva no meu Instagram @rosanaderosa.
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